sexta-feira, 8 de maio de 2009

Pedido


Quando bater a saudade
Escreve
Escreve uma carta
Um bilhete
Um recado
Um e-mail
Um desaforo
Um destempero
Um desconsolo
Um desespero
Escreve um poema
Um soneto, uma valsa
Um versinho que seja
Meia palavra
Meia palavra já basta
Escreve uma vírgula
Dois pontos, três pontos
Umas exclamações!!!
- sinto tanta falta das tuas exclamações...
O ponto final não escreve não
Não quero
Deixa o ponto final para o final dos tempos
Escreve, vai
Num papel de pão
Num pedaço de jornal
Num computador qualquer
Quando bater a saudade
Não deixa passar
A vida é breve
O amor é breve
A saudade é breve
Mas a palavra não.
Sergio-Veleiro

sexta-feira, 1 de maio de 2009

No mundo dos movimentos: o silêncio


De quantas verdades precisamos para viver? Quantas são as mentiras realmente necessárias?

Ainda não encontrei respostas, mas me pergunto todo dia como é conviver com a dialética da verdade e da mentira. Por que somos tão suscetíveis às pequenas e breves verdades do cotidiano? Somos ou não somos feitos de barro? Parece que não. Ou pelo menos para alguns esse barro é delicado demais, um sopro de sinceridade e o mundo vai ao chão.

Ultimamente ando mais impaciente com essa coisa da mentira social, a pequena e suave mentira para manter as relações sociais vivas. E olha que um ariano impaciente já é uma completa redundância. Mas a vida segue e nem sempre é possível agir como a natureza manda. Sim, eu controlo minha natureza. Nem sempre consigo, mas tento. E quando não consigo, tomo café. O café me deixa mais quieto.

Nada me desarma mais do que a verdade. Tudo vai embora diante da verdade. Raiva, desapontamento, mágoa, indignação. Qualquer desentendimento se resolve diante da verdade. Não sei explicar a origem disso, só sei que comigo é assim. Talvez pelo estado de fragilidade que o outro se coloca quando resolve contar a verdade. Acho que desperta em mim um sentimento quase paterno de acolhimento. Mas de repente, muitas vezes sem necessidade alguma, lá vem a mentira toda sorrateira...
  • Eu tenho uma idéia que um dia ainda coloco em prática de forma irreversível. É simples como água. Não me pergunte nada que não esteja preparado para ouvir a resposta. Vai que eu estou naqueles dias de ariano e resolvo responder de forma objetiva e clara... Não confundir com grosseria. Em ocasiões que a verdade poderá causar constrangimentos ou mágoas eu prefiro a melhor atitude que já inventaram no mundo dos movimentos: o silêncio.

Veleiro