sábado, 23 de agosto de 2008
Os livros e a... música!
Morar só é uma aventura. Todo dia você se pergunta quem é você e do que de fato você gosta. Essas perguntas não são conscientes, mas estão camufladas no dia a dia. Respondendo a segunda, descobri que a coisa que eu mais gosto no mundo é ouvir música, mas eu sempre fiz isso na casa dos meus pais, pensei. Ocorre que lá o pouco tempo que ficava em casa era dividido com a família, irmãos, mãe, pai, avó etc... Morando só eu me vi sozinho vasculhando o que tinha em casa para fazer (sou muito caseiro) aí descobri um mundo de cds que eu tinha e muitos eu só havia ouvido uma única vez... Coisa que a solidão faz também é ficar na internet desbravando o que nos fascina e foi assim que encontrei gente do país inteiro vidrado em música. Como uma coisa leva a outra, seis meses depois eu estava no Rio de Janeiro num bar lotado de amigos virtuais que viraram amigos reais e me acompanham até hoje. Gente do país inteiro unido pela boa música brasileira. Quando viajo pra qualquer lugar do país escolho um dia para rever esses amigos e trocar informações e coisas musicais. Hoje estou ouvindo os sambas do Paulo Vanzolini, coisa mais linda desse mundo, com a família Buarque de Holanda cantando em várias faixas dos cds. Mas a primeira paixão não foi musical... foi a dessa foto aí, mas isso é pra outro post.
Veleiro
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
domingo, 10 de agosto de 2008
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Para Lulu dos sete véus...
De minha parte eu cansei de cerimônias e rituais de despedida. Cansei de me preparar para as datas certas, as horas exatas, para celebrar a ausência com flores brancas e lágrima na voz.
Não lembro muito bem como tudo aconteceu, só sei que fui ficando cada vez mais vazio. E o comboio que me levava também cada vez mais vazio, tão vazio o bichinho. No meu comboio sai mais gente do que entra! Fiquei assustado quando percebi isso. Um dia me desesperei. Não desce mais ninguém, gritei. E toca o comboio pra frente sem parar em nenhuma estação. Foi então, nesse instante, que descobri porque não entrava mais ninguém... Eu não parava, a vida não parava, tudo estava sempre em movimento.
O tempo passou, a vida correu, e certa vez o meu comboio diminuiu a velocidade, não sei direito se ele parou em alguma estação ou se só diminuiu a velocidade. A porta estava fechada, mas a janela aberta. Gosto de imaginar que nesse dia você entrou pela janela. E que teve muito trabalho para entrar! Tinha fivela no cabelo, lembro bem desse detalhe, e um sorriso azul nos lábios. Sentou na minha frente com seu jarrinho de flor lilás no colo e ficou me olhando, me olhando, mas não disse nada. Nada! Nem uma palavrinha sequer. E nem precisava.
Veleiro
Não lembro muito bem como tudo aconteceu, só sei que fui ficando cada vez mais vazio. E o comboio que me levava também cada vez mais vazio, tão vazio o bichinho. No meu comboio sai mais gente do que entra! Fiquei assustado quando percebi isso. Um dia me desesperei. Não desce mais ninguém, gritei. E toca o comboio pra frente sem parar em nenhuma estação. Foi então, nesse instante, que descobri porque não entrava mais ninguém... Eu não parava, a vida não parava, tudo estava sempre em movimento.
O tempo passou, a vida correu, e certa vez o meu comboio diminuiu a velocidade, não sei direito se ele parou em alguma estação ou se só diminuiu a velocidade. A porta estava fechada, mas a janela aberta. Gosto de imaginar que nesse dia você entrou pela janela. E que teve muito trabalho para entrar! Tinha fivela no cabelo, lembro bem desse detalhe, e um sorriso azul nos lábios. Sentou na minha frente com seu jarrinho de flor lilás no colo e ficou me olhando, me olhando, mas não disse nada. Nada! Nem uma palavrinha sequer. E nem precisava.
Veleiro
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