sábado, 31 de julho de 2010

Amor de mãe é amor de cuidado.


A morte é o fluxo da vida e sabemos disso, é a lei da natureza... Mas como dói uma dor estranha essa da partida e de saber que nunca mais veremos uma pessoa amada. Laços de raiz, vincos de eterno amor e preocupação, porque a gente ama e se preocupa quando nossos pais envelhecem. E parece que foi ontem!

Aquele vigor no corpo, a voz firme, a mão forte do castigo, o dedo rígido dizendo não, não, não. De quantos nãos precisamos para entender que a vida não é do jeito que queremos, a vida é só o que fazemos e plantamos e não o que esperamos dela?

Quantos abraços e olhares silenciosos de nossos pais disseram: "Toma cuidado, meu filho, toma cuidado".

E quantas vezes rimos de tanto zelo? Quantas vezes pensamos em dizer: "Toma cuidado minha mãe, toma cuidado" e não dissemos? E quantas vezes choramos pelo tanto de zelo que temos e mesmo assim a gente sempre acha pouco? Amor de filho pra mãe é sempre amor em débito. Nunca chegamos perto do amor de mãe. Mas tentamos! E nessas tentativas é que nos confortamos.

Vai, não foram tantas noites assim que ficamos acordados por ela... E, no entanto, quantas noites mesmo ela dormiu sem a lembrança do filho ou sem dizer "toma cuidado, meu filho, toma cuidado". Algumas bem poucas, talvez...

Então ela dormiu, mas ainda bem que antes ela viu você, e talvez em pensamento tenha dito pela última vez pra você tomar cuidado. Amor de mãe é amor de cuidado.

Escrevi esse texto a um amigo que havia perdido a mãe. Mas é também uma homenagem a todas as mães, inclusive a minha mãe que como na foto ainda está presente me dizendo de longe ao pé do ouvido toda noite antes de dormir: "toma cuidado, meu filho, toma cuidado".