sábado, 4 de setembro de 2010

A tal da leitura obrigatória...


Acho a frase ‘leitura obrigatória’ um conceito falso. A leitura não deve ser obrigatória. Devemos falar de prazer obrigatório? Por quê? O prazer não é obrigatório, o prazer é algo buscado. Felicidade obrigatória!

A felicidade, nós também buscamos. Fui professor de literatura inglesa por vinte anos na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires e sempre aconselhei a meus alunos: se um livro os aborrece, larguem-no; não o leiam porque é famoso, não leiam um livro porque é moderno, não leiam um livro porque é antigo.

Se um livro for maçante para vocês, larguem-no; mesmo que esse livro seja o Paraíso perdido -- para mim não é maçante -- ou o Quixote -- que para mim também não é maçante. Mas se há um livro maçante para vocês, não o leiam: esse livro não foi escrito para vocês.

A leitura deve ser uma das formas da felicidade, de modo que eu aconselharia a esses possíveis leitores do meu testamento -- que não penso escrever --, eu lhes aconselharia que lessem muito, que não se deixassem assustar pela reputação dos autores, que continuassem buscando uma felicidade pessoal, um gozo pessoal.

É o único modo de ler.

Jorge Luís Borges

Luanda Cozetti e a espera...



Quando estive em Lisboa, ano passado, fui conhecer o café à brasileira por conta dessa canção. Sentei perto da estátua de Fernando Pessoa, tomei um café, e por uns instantes esperei essa moça do vídeo.

Ela não sabia que eu estava lá, mas não saber fazia parte, queria que fosse casual. Infelizmente depois soube que naquele dia ela estava fazendo shows em outra cidade perto de Lisboa. Não importa, o que importa mesmo é que eu fui lá e esperei por ela, como imaginei um dia fazer.

Lulu, moça da flor lilás, você continua sendo o meu amor 84, Charing Cross Road, i love you. Qualquer dia voltarei para repetir tudo de novo.