domingo, 9 de agosto de 2009

foto Av. Dom Luiz

Vamos ser sinceros. Ninguém, eu disse ninguém, consegue saber com desenvoltura onde fica a Rua Marcos Macedo em Fortaleza. Já assumi publicamente minha incapacidade de entender onde essa rua se localiza e até que não sou ruim de orientação, mas a Rua Marcos Macedo me tira do sério.

Andando de carro pela cidade eu passo por ela, da janela vejo a placa: Rua Marcos Macedo. De repente, 2 horas depois, resolvendo coisas pela cidade olho de novo e vejo o nome: Rua Marcos Macedo. Como assim? Ela não tinha ficado lá atrás?

Algumas ruas são assim, têm o dom de irritar a gente. Parece que elas é que estão em movimento no mapa da cidade, ficam trançando nosso caminho a ponto de enlouquecer qualquer GPS!

Então, cansado desse baile de logradouros do qual participo mesmo sem querer participar, fui investigar a vida dessas ruas, a origem, o que fizeram no passado para se tornarem o que hoje são. Quem são essas ruas com nomes compostos de pessoas que desconheço e que nos atormentam?

Partindo desse pressuposto básico que algumas ruas de Fortaleza se movem pesquisei e descobri algumas particularidades sobre a Rua Marcos Macedo. Passo agora a revelar a vida, a obra e a desgraça da Marcos Macedo.

A Rua Marcos Macedo era uma criança feliz. Alegre, saltitante e sorridente. Mas tinha uma prima linda, exuberante, cheia de graça e gracejos chamada Prof. Dias da Rocha. A beleza e carisma da prima a irritavam profundamente, mas pensava na sua meninice: um dia essa loura vai se dar mal, hei de ver essa filhinha de papai com o nome sujo no SPC, ou quem sabe estrelando um episódio de nas garras da patrulha. E sendo entrevistada pelo Eli Aguiar!

Longe da inveja da prima, a Dias da Rocha crescia feliz. Como não era boba, casou com um senador e foi morar do ladinho dele. Mas mulher moderna que era, não quis muito encosto, exigiu logo uma casa separada do Senador. Nada de muita intimidade, dizia. Tempos modernos meu rei, tempos modernos. Dizia e sorria na loirice encantadora de sua beleza. Resultado: fincou moradia ali, na primeira rua paralela à Avenida do Senador Virgílio Távora.

Tomada de ódio da prima a Marcos Macedo fez de tudo pra destruir esse casamento. Pediu ajuda aos anjos e santos, mas nada acontecia. A prima Dias da Rocha continuava feliz, vivendo pertinho do seu marido, ali, no paralelo em região nobre da cidade, para desespero da prima Marcos Macedo.

Desiludida, cansada e já bem envelhecida de ódio e inveja, um belo dia a Marcos Macedo tropeçou com um alto representante da Igreja. Pediu socorro, pediu clemência. Luiz era o seu nome, mas gostava de ser chamado de Dom. Foi assim que Dom Luiz, acolheu a Marcos Macedo com sua imensa generosidade e disse: vem morar comigo, esquece tua prima, dar-te-ei casa, comida e moradia pertinho de mim.

Nesse passo, envelhecida e marcada pela inveja, porque a inveja marca feito tatuagem na alma da pessoa, a Marcos Macedo foi parar ali, pertinho da Dom Luiz.

Mas como ainda resistia uma fagulha de inveja, a inveja sempre resiste, antes de morrer a Marcos Macedo pediu: quero ser uma rua paralela a tua, meu Dom, igualzinha a minha prima.

Dessa forma, a Marcos Macedo passou a residir ali, na primeira rua paralela à Dom Luiz.

E assim é a história dessas ruas, cheia de enredos, tramas, ódios, vinganças. E claro, como convém às primas, muita inveja. Sabendo de tudo isso nunca mais me perdi na cidade, agora sei direitinho onde fica a Dias da Rocha e a Marcos Macedo.

Veleiro

2 comentários:

Unknown disse...

Hahahahaha... adorei o post, Sérgio... bem, em se tratando de uma cidade com traçado em xadrez, dá para se perder mesmo com tantas paralelas e transversais, mas acredito que depois dessa sua história você, Luciana e Kalu se guiarão com a maior facilidade, hehehe!

Unknown disse...

Serginho adorei. Como vc sabe também tenho problemas com essas duas ruas, eie, só q a partir de agora não me perderei jamais, nem precisarei ligar p Syo qnd estiver procurando, em pleno meio dia, a Marcos Macêdo.kkk Detalhe, tb já decorei onde fica a Desembargador Leite Albuquerque, kkkkk.