Um dia recebi um poema que me denunciava. Era meu retrato exposto em forma de versos. Era um retrato visto por olhos bons. Mas sendo o autor quem era, logo percebi que o poema também era letra de canção e com melodia de Alexandre Cueva e Affonso Moraes. O poema na verdade era uma canção.
Alguns meses depois estive em São Paulo, e num bar lotado, os compositores foram ao palco cantar essa canção. Impossível descrever esse momento. Fiquei imóvel, mudo, numa emoção absolutamente inédita para mim.
Veleiro PerdidoLéo Nogueira Sou um veleiro estranhoRoubo do mar seu tamanhoPra caber na imensidãoE, quando me sinto inteiro,Sou agulha num palheiroNo celeiro da criação Sou um veleiro perdidoQue só encontra sentidoQuando perde a direçãoNão creio na fé que sintoA fé é um marujo famintoDe uma outra embarcação Eu sou somente um veleiroCruel, porque verdadeiroE mais fiel que um cãoFiel a um dono tiranoMeu amigo e oceanoA quem chamo coração Sou um veleiro estranhoÀs vezes, no mar me entranhoPra que a solidão me banheE, quando me sinto parco,Lembro que sou só um barcoNo colo da nave-mãe
2 comentários:
Estive na cena do crime... Hehe! É, meu barquinho, ainda bem que essa nave-mãe acolhe a todos nós, meras agulhas nesse palheiro...
Abração,
Léo.
Léo, meu amigo virtual que me fez ir à São Paulo conhecê-lo ao vivo, depois desse poema-retrato. Sim, você estava lá na noite da cantoria-homenagem a esse veleiro, esse eu-embarcaçao.
Guardo a lembrança do momento inesquecível.
bjs
Veleiro
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